Vocês pediram e nós fizemos! Agora o Coldplay Brasil irá traduzir todos os blogs do Roadie #42 que serão postados daqui pra frente. Pra começar com chave de ouro, o primeiro blog que traduzido por nós também é o primeiro da era “Ghost Stories”, que foi postado originalmente no dia 25 de abril. Esperamos que gostem e estaremos esperando seu feedback caso veja algum erro!
Então eu estava vagando pelo estúdio da TV de Paris esta noite e um moço muito gentil apareceu para dizer “Olá” a Dan Green, o homem do som. E ele me disse “Nós realmente sentimos falta dos seus posts”.
Foi uma coisa bonita de se dizer e isso me lembrou que eu também sentia falta dos posts. Então, para ele — e pra qualquer “nós” que ele se referiu — aqui está o primeiro post do “Ghost Stories”.
É difícil de saber por onde começar, pra falar a verdade. O tempo, no entanto, é uma coisa muito estranha pra mim no momento. Não só a mim, mas também à muitas pessoas da equipe, a maior parte do tempo é gasta em viagens.
O principal culpado, claro, são os e-mail. Nesta fase inicial de uma campanha quando os planos estão – digamos – “fluindo”, o e-mail te joga ao redor do calendário e nada mais. Um e-mail está te tapeando para descobrir detalhes sobre um show de daqui três semanas e se você pode tirar um coelho de uma cartola ligeiramente. O próximo é de contadores pedindo recibos de algo comprado em dias de ensaios, há alguns meses atrás, que você quase conseguiu esquecer – e assim por diante.
(Um dos meus e-mails favoritos veio quando estávamos à esta altura do campeonato na campanha do Mylo — ele simplesmente dizia “Você pode por favor calcular a partir de suas gravações de shows o tempo exato do conjunto de fogos de artifício que explodirão na Áustria no mês que vem? Precisamos co-ordenar com o controle de tráfego aéreo, como estamos na rota de voo.” — A natureza bizarra da pergunta só me ocorreu depois que eu obedientemente respondi à ela, enviando minha resposta.)
No meio de toda solução de problemas de eventos há milhares de quilômetros e dias de distância, você dá uma guinada de volta ao presente. Tempo para fazer um teste com o equipamento. A banda estará ao vivo na TV a sabe Deus quantas pessoas em apenas 15 minutos.
A lateral do palco é pequena e a banda está junta entre meu mundo e a mesa de mixagem de Chris Wood. Eles estão sentindo isso também — eles tendem a agir particularmente em forma de comédia quando estão ficando nervosos. Nossa equipe tem um sistema de comunicadores para quebrar uns aos outros quando a tensão e a adrenalina estão bombeando. Os rapazes, porém, estão bancando a velha escola fazendo caretas e re-interpretações malucas de backing vocals.
O abraço em grupo concentra a energia e anda sob as estrelas de papel penduradas por dentre as luzes. Chris continua a voz cômica e dá um tapinha no ombro de Guy enquanto ele emerge às palmas. “Faça umas boas notas de baixo, certo?”
4 minutos e 10 segundos mais tarde, eu estou de volta para trabalhar como lidar com um quebra-cabeça, em Nova York, em uma ou duas semanas — em seguida, o carro chega e estou indo para a porta.
Um jovem amigo se aproxima de mim e diz algumas palavras gentis sobre o blog, onde eu falo sobre coisas que já estão no passado.
O tempo contínuo continua a dobrar sobre si mesmo e não mostra nenhum sinal de parar.
Embora isso, é bom estar de volta…
R42
Tradução: Marcelo Monteiro e Taynara Neves