COLDPLAY BRASiL

O impacto de X&Y na vida da fã Karine Paz

O Coldplay Brasil acompanha o que acontece com a banda há oito anos. Evidente que boa parte desta trajetória não foi acompanhada por aqui. Para comemorar os 15 anos do lançamento de X&Y, terceiro álbum do Coldplay, o Coldplay Brasil conta as histórias de quem viveu de perto este momento divisor de águas na carreira da banda, em uma série de três reportagens especiais.

“Amor à primeira ouvida. Arrepio só de lembrar.” É assim que Karine Paz descreve a sensação de acompanhar o lançamento de “Speed of Sound”, carro-chefe de X&Y, em 2005.

O primeiro contato com a novidade foi pelo rádio, em um programa sobre os principais lançamentos da música internacional. “E foi só uns segundos de música mesmo”, ela ri. “Foi assim que fiquei sabendo da nova era.”

Mas a relação da professora com o Coldplay já datava ainda da época de A Rush of Blood to the Head, o antecessor de X&Y.

Ela recorda da primeira vez que ouviu a banda – também no rádio. “Tenho uma memória boa e lembro de detalhes como por exemplo, de ficar encantada com o piano de ‘Clocks’ e ficar parada em frente ao meu som, ouvindo”, conta.

Toda a minha memória é do rádio. Não tinha clipe pra saber

Recordação esta de um tempo distante, em que a internet já era uma realidade, mas ainda um pouco distante. “Lembro de ter ficado um tempão esperando para ver se o radialista falava o nome da música ou de quem cantava”, prossegue.

Pouco tempo depois, já conhecia canções como “The Scientist”, “In My Place” e “Moses”. “Até hoje não sei como tocava ‘Moses’ no rádio”, brinca.

Faltava conhecer o nome de quem cantava estas músicas. Justamente sem internet, o jeito era ficar com os ouvidos atentos ao rádio e recorrer a outros meios para conhecer mais da novidade.

Ao descobrir que se tratava de Coldplay, uma saga começou. “Eu ia nas bancas atrás de revista porque eu queria muito ver o rosto deles. Aqui na minha cidade nunca pegou MTV, toda a minha memória é do rádio. Não tinha clipe pra saber”, relembra.

Karine mostra as revistas que comprou e os recortes de jornais. Época em que, distante da internet, era assim que conhecia a banda.

Do topo da primeira página

X&Y representa um marco na carreira da banda por os ter introduzido ao rock sintetizado e eletrônico, de ritmos hipnóticos, conduzidos em uma espécie de ficção científico-galática, num contexto histórico em que a sociedade passou a se informatizar – e, por consequência, se deparar com o excesso de informação.

Sem os fã-sites, eu tinha que pesquisar tudo sozinha

Apesar da relação entre a professora e o rádio ter sido importante mesmo nos primeiros momentos do então novo álbum, é justamente neste cenário informatizado que Karine acompanhou, pela primeira vez, o lançamento de um álbum do Coldplay.

Era através do Orkut que ela conseguia acompanhar algumas informações sobre a chegada do terceiro álbum, nos fóruns da comunidade criada pelos fãs brasileiros. Mesmo assim, as novidades ainda demoravam um pouco a chegar. “Sem os fã-sites, eu tinha que pesquisar tudo sozinha”, ela conta.

O futuro é para ser descoberto

Relembrar este período de descobertas, novidades e transformações, 15 anos depois, faz passar um filme na cabeça de Karine. “Primeiro, a mudança na minha vida, porque eu era uma menina, só tinha 16 anos, e hoje tenho 31”, comenta.

Outra mudança que Karine observa é no modo de saber o que acontece com a banda. “Agora a banda vai lá, anuncia o dia e o horário no Twitter. A gente só espera”, diz. Ela destaca também a importância dos fã-sites no cumprimento este papel. “Vocês e todos os outros trazem as informações com facilidade pra gente. É muito diferente”, conclui.

Mas é evidente que a principal mudança observada é na trajetória da banda. “Os fãs também mudaram. O Coldplay hoje alcança um público diferente”, avalia.

Karine e os amigos aguardando o começo do show do Coldplay no Estádio Morumbi, na turnê de divulgação de Viva La Vida, em 2010.

Para Karine, é evidente que a sonoridade do Coldplay se alterou ao longo dos anos, principalmente após o lançamento de Viva La Vida, mas ela evita fazer a separação entre um “velho” e um “novo” Coldplay – como comumente é feito pelos fãs. “Depois do documentário [A Head Full of Dreams], eu passei a enxergar muita coisa diferente, por causa da própria visão da banda”, pontua. “Eles só querem fazer o que gostam e eu quero apoiá-los”, completa.

Ela acredita que existe uma essência, que não se alterou e está presente em todos os trabalhos lançados pela banda. “É a cumplicidade, amizade e parceria, o que todos nós sabemos que existe desde 1998. Agora a sonoridade tem mudanças em cada era. Vide o Everyday Life. Acho que ninguém esperava”, opina Karine.

Minha canção é amor

Outra coisa que Karine aprendeu com o Coldplay é que eles sempre têm uma mensagem a passar com sua música. “Seja sobre política, esperança, amor, coragem, fé. Imagina quantas vidas eles mudaram e ajudaram! Inclusive a minha.”

Como a banda a teria ajudado, então? Ela diz que poderia ficar falando “até amanhã” sobre isso.

Nem sei como eu seria hoje se não os conhecesse

Mas, já que a conversa estava perto de acabar, pontuou rapidamente sobre o importante papel que Coldplay desempenhou durante a sua adolescência. “É um período complicado pra todo mundo”, ela expõe. “E mudaram tudo.”

Das amizades firmadas desde os tempos das comunidades do Orkut, ou dos bate-papos do MSN, até os momentos mais difíceis da vida que, movida pelo som da banda, conseguiu superar. “Nem sei como eu seria hoje se não os conhecesse”, conclui.

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