Nos últimos cinco anos, o Coldplay Brasil se posicionou a respeito dos principais assuntos da política —entre outras questões, também— no mundo todo. Assim foi no impeachment de Dilma Rousseff e na eleição de Donald Trump. Além disso, ainda agiu com negação ao fato da falta de mulheres nas categorias do American Music Awards de 2017 (mesmo com a banda entre os mais indicados). E, mais recentemente, publicou uma mensagem no dia anterior ao primeiro turno das eleições presidenciais.
Em sua defesa: o Coldplay Brasil não faz nada além do que a própria banda faz —além de outros fã-sites ao redor do mundo. Coldplay sempre usou do seu alcance, mesmo quando ainda relativamente pequeno, para tratar de questões políticas e dar voz —nesse caso, palco— aqueles que sempre foram calados.
O cenário político e social que tem ganhado força nos últimos meses, desde o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco até esta última semana de campanha, faz acreditar com que o silêncio oriundo da repressão possa voltar a ser a realidade de muitas pessoas. Mulheres, negros e LGBTQs, parcelas da população que tanto lutaram para poderem inserir-se na sociedade, têm constantemente sofrido ameaças e, em alguns casos, agressões não apenas morais, mas físicas —algumas, até a morte.
Observando este cenário e acreditando que, neste momento, cabe a todos que não concordem com isso, que usem da sua voz ou da sua capacidade de alcance para atingir as pessoas e conscientiza-las, que o Coldplay Brasil, na posição de um veículo de comunicação composto por mulheres, negros e LGBTQs, acessado por já, aproximadamente, 1,5 milhão de pessoas, declara seu apoio ao candidato à Presidência da República Fernando Haddad.
O Coldplay Brasil acredita que esta seja a única opção para a devida manutenção da democracia, além de considerar retrógradas, desumanas, desconexas da realidade e, até mesmo, infantis, algumas declarações e propostas de seu oponente. Contudo, deixa claro que, caso o resultado das urnas no próximo dia 28 não seja o aqui defendido, respeitará a escolha da maioria —mas não fugirá da luta.
Porque, como a própria banda diz: “Você pode me ferir muito, mas ainda assim eu erguerei a bandeira.”