COLDPLAY BRASiL

Especial MX – gabi

Começo a escrever isso escutando uma das minhas músicas preferidas, principalmente para aqueles momentos em que eu sinto que não há soluções plausíveis pros meus sentimentos: Up With the Birds. Uma música que é, sem dúvidas, arte. É uma poesia em forma de música e é assim que eu vejo o Mylo Xyloto.
Eu era bem jovem quando esse álbum surgiu, e talvez seja pelo motivo de eu ter apenas 11 anos e me tornar fã de alguém pela primeira vez que signifique tanto pra mim. Na verdade, além desses motivos óbvios, eu acho que o Mylo Xyloto vai muito além, portanto, ele merece uma descrição mais valiosa. Ele é um álbum cheio de cores, um álbum que mostra que há vida e cor mesmo nos momentos sombrios da vida. Todos passam por momentos em que as coisas simplesmente perdem a cor e o MX é a aquarela que colore esse espaço vazio.
O que sempre chamou minha atenção desde o início apesar da minha fome de fã em ter uma quantidade elevada de músicas em um álbum são as faixas de transição, que são apenas instrumentais e levam a outra faixa. Sinto como se essa transição fosse uma conexão não apenas entre duas músicas, mas entre uma história. Particularmente, sou fã de instrumentais, e nesse álbum cada mero detalhe que é possível de ser ouvido é o que faz do Mylo Xyloto um álbum que vale a penar ser escutado milhares de vezes.
Hurts Like Heaven, por exemplo, me traz uma felicidade gigantesca. Ela me traz uma esperança que nós de fato não podemos deixar ‘’eles’’ tomarem o controle. Eles quem? Talvez nossos problemas, nossas ansiedades, nossos conflitos, nossos medos. Eles não nos definem.
É claro que foi um álbum que nos trouxe hits que jamais serão esquecidos e rotularam bastante a fama da banda – como Paradise. Mas mesmo uma música que a gente escutou trilhões de vezes tem suas vantagens.
O Mylo Xyloto me traz essa sensação de liberdade no mundo. Uma sensação de que somos únicos nessa imensidão. É aquele sentimento de ser invencível mesmo com milhares de problemas acontecendo. É isso que sinto ao fechar os olhos e escutar Charlie Brown. É isso que senti ao ver um estádio repleto de luzes coloridas no pulso de cada um, com pessoas sorrindo e sentindo aquele momento, com um sentimento de que nós realmente podemos vencer o mundo se usarmos nossa força interna.
Força interna – é disso que eu falo. Esse álbum me traz força, me traz cor, me traz coragem.
Eu reflito muito sobre o caos que o mundo está passando a cada dia, reflito muito sobre meus medos e meus pensamentos que às vezes podem parecer bem maiores do que eu – mas de fato não são. Afinal, quem não escuta Us Against the World e encontra dentro de si uma força e vontade de se juntar as pessoas que ama e mudar o mundo?
Eu fiz parte de um protesto no ano passado em épocas de pré-eleições e eu ouvi o Mylo Xyloto dias antes, pensando em como o mundo mudou tanto nos últimos anos e como ele continuará mudando. Escrevi uma das minhas frases preferidas do mundo – coincidentemente da minha música preferida – em um cartaz: ‘’Don’t wanna see another generation drop.’’ – e me senti forte. Senti aquela chama dentro do meu coração, senti aquela força de não desistir mesmo correndo o risco de não ser ouvida. Senti a certeza de que não estou só. E de que há esperança. E é isso que o Mylo Xyloto representa na minha vida. Esperança. Sentir infinitamente, por mais que seja doloroso, e lutar incansavelmente, porque há sim um propósito, afinal, cedo ou tarde, coisas boas virão no nosso caminho.

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