COLDPLAY BRASiL

Chris Martin encerra o especial com as entrevistas do A Head Full Of Dreams Tour Book

Pouco antes de entrar na estrada com a turnê de divulgação de A Head Full Of Dreams, os integrantes do Coldplay e a equipe da turnê deram uma entrevista ao jornalista Chris Salmon para o tour book, vendido a partir dos shows da banda na Europa e nos Estados Unidos (à venda também na loja oficial da banda nas versões europeia e estadunidense). O Coldplay Brasil preparou uma série de matérias especiais com as traduções destas entrevistas.


“As pulseiras fazem parecer como um outro membro da banda. Ou outros 80 mil membros da banda”

Quando vocês conceberam A Head Full Of Dreams, quão cedo vocês começaram a pensar na parte ao vivo das coisas?

Eu acho que este álbum sempre seria baseado em como soaria ao vivo. Nós decidimos não entrar em turnê com Ghost Stories antes mesmo de fazermos aquele álbum,  para que então pudéssemos faze-lo intima e silenciosamente. Eu acho que a partir do momento em que fomos gravar A Head Full Of Dreams, estávamos bem famintos por tocar ao vivo. Nós colocamos toda a energia para dentro do estúdio que, normalmente, teria que ser colocada em uma turnê. Eu acho que negar a nós mesmos uma turnê nos deu uma “fome” muito grande que instruiu o álbum e agora, é claro, estamos extra-famintos para tocar ao vivo. Então nós pensamos na parte ao vivo das coisas antes mesmo de termos começado a grava-lo.

O quão envolvida é a banda na criação do visual e do palco de um show?

Bem, Phil – nosso mestre e quinto membro secreto – é realmente o líder desse tipo de coisa. E nós enviamos a ele ideias também. Ele simplesmente mantém seus olhos e ouvidos abertos o tempo todo. Ele é brilhante em colocar o visual das coisas junto e escolher as certas pessoas. Então, sim, os quatro de nós e Phil estão bem envolvidos. Apesar de que nós, na verdade, não sabemos como plugar nada ou fazer qualquer coisa funcionar!

As pulseiras então fazendo um retorno muito aguardado – como você descreveria o impacto que elas têm no show?

As pulseiras fazem parecer como um outro membro da banda. Ou outros 80 mil membros da banda. Mas é o que nós realmente queremos que a plateia sinta. Então o impacto que elas têm no show é que elas aparentam muito bem, mas que também nos fazem sentir como se todo mundo estivesse envolvido e nos proporcionam uma conexão com pessoas que nós poderíamos nem ser capazes de ver. Desta vez estamos encorajando todos a reciclarem elas. E, com sorte, em alguns shows elas farão barulho, o que será maravilhoso.

Há um trecho do filme O Grande Ditador de Charlie Chaplin no show, Como/por que ele foi escolhido?

No final de O Grande Ditador, Chalie Chaplin dá esse incrível discurso que parece ser muito pertinente agora. É fácil ser cínico ou pessimista no mundo no momento, mas a verdade é que a maioria das pessoas que eu conheci são maravilhosas e eu tenho muita fé em nós, humanos. E nós colocamos esse discurso quase como um técnico nos falando antes de subirmos ao palco.

Como se sente em estar no palco de frente para 80 mil pessoas? Você consegue realmente sentir isso no momento?

Bem, eu na verdade esqueci como é estar no palco na frente de tanta gente! Têm sido quase quatro anos. Quer dizer, estou muito empolgado para a turnê. Mas parece ótimo porque tanta vida aconteceu desde a última vez em que fizemos isso que será bom estar próximo das pessoas de novo. E, esperançosamente, todos poderemos cantar juntos de novo. Posso realmente sentir isso no momento? Sim. Estou tentando fazer isso com tudo na vida, mas eu percebo agora que fizemos isso por muito tempo, tocar ao vivo é o que amamos fazer. E é para isso que estamos aqui. Não há desígnio melhor em termos do propósito da banda. Eu acho que existimos para estes momentos, então nós vamos tentar e levá-los o máximo que pudermos.

Com sete álbuns na bagagem e um catálogo de mais de 100 canções, como vocês selecionam uma setlist?

Bem, nós escolhemos canções que todos os cinco de nós amamos e isso nos traz até cerca de 20 minutos. Ha ha! Não, é uma piada. Eu acho que nós tentamos e descobrimos qual história estamos tentando contar, quais cores estamos tentando apresentar em qualquer turnê, o que fica bom perto do que. É um processo bem nerd, mas é o tipo de processo bem nerd que frontmen gostam de se envolver nos voos.

Jonny parece algo como um herói não reconhecido entre os guitarristas, o que ele agrega à banda?

Eu tenho que concordar com você aí. Eu acho que o Jonny é, simplesmente, um escritor incrível. Ele sempre vai escolher o que serve melhor na canção. E assim talvez em momentos em que ele poderia se mostrar ou vir com um solo incrível, ele escolhe fazer apenas algo simples ou solidário. Ele é do mesmo jeito que na música, na vida. Ele é um gênio quieto, eu acho. Ele agrega tanto à banda, levaria um livro inteiro para eu falar sobre isso. Digo, eu devo falar isso sobre todos da banda. Mas o tocar da guitarra de Jonny apenas me faz muito feliz, que é a coisa principal. E eu sempre colocaria ele no topo dos meus guitarristas favoritos se eu fizesse essa lista. Talvez eu faça isso quando eu parar de escrever setlists.

Este é o maior intervalo que a banda não esteve em turnê (diferente do punhado de shows intimistas de Ghost Stories). O que você mais sentiu falta, em relação a isso?

Eu acho que o mais sentimos falta foi a experiência coletiva com todas aquelas pessoas. Digo, ter filhos é uma forma incrível de se sentir vivo, e cantar com 80 mil pessoas que você talvez não será capaz de conversar com por causa de uma barreira de língua é outra forma incrível. Então estou ansioso para me sentir conectado a todos. Eu sou tão grato pelas pessoas quererem vir nos ver e eu me sinto muito grato por sermos permitidos a fazer isso.

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