Colaborou: Deutsche Welle; Estadão
Calma. O título pode parecer estranho, mas as pessoas da Alemanha conhecem Coldplay.
Você já deve ter visto publicações nas redes sociais da banda mostrando um endereço diferente do YouTube para os alemães quando um clipe novo era lançado.
Germany! Here’s your link for the new A Head Full Of Dreams video https://t.co/NfI9s8zZPT (everywhere else it’s https://t.co/FMjeIQOdtP) A
— Coldplay (@coldplay) 19 de agosto de 2016
Alemanha! Aqui está o seu link para o novo vídeo de A Head Full Of Dreams.
Isso tudo acontecia pois a GEMA, Sociedade Alemã de Autores e Editores, bloqueava, em território alemão, qualquer vídeo postado no YouTube e que continha música ou trilha de fundo protegida pela entidade. Por este motivo, vídeos de alguns artistas eram adicionados em canais específicos para a Alemanha.
Mensagem aparecia para o usuário alemão que tentasse assistir a algum vídeo protegido. “Infelizmente isto não está disponível na Alemanha por possuir música no qual a GEMA não concedeu os direitos. Desculpe por isso”.
A situação mudou nessa semana quando, depois de mais de sete anos de negociações, YouTube e GEMA fecharam um acordo permitindo que a plataforma desbloqueie milhares de vídeos, prevendo o pagamento a músicos (são mais de 70 mil, alemães e de outros países) e empresários representados pela entidade pelo uso de suas obras.
“Apesar de toda a resistência, nós nos mantivemos fiéis na nossa postura de que também na era digital cabe aos autores uma remuneração razoável”, disse Harald Heker, presidente da GEMA, em comunicado. O acordo envia “um sinal claro a todas as plataformas online de que autores devem ser remunerados justamente pelo uso de suas obras musicais”, disse Thomas Theune, diretor de emissão e online da GEMA.
Mesmo com o acordo, as duas empresas ainda continuam defendendo diferentes interesses. Um caso parecido vem aqui do Brasil, onde artistas se juntaram contra o YouTube exigindo o pagamento integral dos direitos autorais referentes ao material usado pela empresa. O YouTube paga apenas 75% das taxas referentes às obras. Os 25% restantes, que seriam reservados aos direitos de execução pública, não são repassados pela empresa.