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Coldplay.com: entrevista com Jonas Åkerlund (parte 1)

O diretor dos clipes de “Magic” e “True Love” concedeu uma entrevista ao Coldplay.com. Confira aqui os “melhores momentos” da primeira parte traduzida. A segunda parte sairá em breve, e assim que sair, iremos traduzir.

Olá Jonas, como vai você?
Vou muito bem, obrigado.

Como você começou a se envolver com o Coldplay?
Pra ser honesto, acho que houve uma vontade entre mim e a banda para trabalharmos juntos, por um tempo. Nós nunca iríamos nos dar conta com horários, ideias e isso e aquilo. Mas, com essa campanha, nós conversamos muito cedo. Antes até deles decidirem quais músicas seriam singles, nós ouvimos as músicas e conversamos sobre diferentes ideias e conceitos – principalmente com Chris. E essa é minha parte favorita disso, quando você realmente se envolve com o disco.

Você já tinha conhecido Chris anteriormente?
É a primeira vez que trabalhamos juntos, mas já tínhamos conversado pelo telefone algumas vezes sobre outras ideias. Parece que nos conhecíamos há muito tempo. Foi ótimo.

Para aqueles que estão lendo isso e não sabem, você tem feito vídeos há muito tempo.
É! Eu sou um dinossauro!

Como você entrou nessa de fazer videoclipes?
Bem, eu sou da Suécia, e na década de 90, eu fiz vários comerciais. Mas eu vim do mundo da música e conhecia muitos músicos. Então, basicamente, eu era o cara que sabia lidar com uma câmera e fazer uma edição. Então foi uma coisa natural pra mim, partir de comerciais para videoclipes. Meu plano nunca foi fazer videoclipes, mas eu sempre amei trabalhar com músicos e outros artistas.

De quem foram seus primeiros videoclipes?
Atualmente a música sueca está dominando em todo o mundo, mas naquela época era apenas sobre uma banda chamada Roxette. Meu pensamento era que videoclipes dessem muito trabalho e gastassem muito tempo, então decidi fazer isso com artistas que realmente valessem à pena. Eu tive sorte o suficiente para trabalhar com o Roxette desde o início. Eu fiz muito de seus videoclipes e também para algumas bandas independentes e, eventualmente, fazia para o Prodigy’s Smack My Bitch Up. Eles chamaram muito a atenção nos Estados Unidos, e então eu fiz alguns trabalhos por lá. Meu primeiro videoclipe americano foi o de “Ray Of Light”, da Madonna.

Não é um mau começo!
Foi um grande começo! Não só por se tratar de Madonna, mas pela época que ela vivia em sua carreira, e aquela música e aquele vídeo, e tudo. Acho que sou o único de minha época que ainda faz videoclipes. A verdade é que eu não faço mais muitos. Talvez eu faça um ou dois por ano. Eu sou muito seletivo com o que eu faço, atualmente.

Isso quer dizer que você é fã da música do Coldplay? Você escolhe seus projetos com base em gostar do artista?
Não, não. Fazer videoclipes não tem nada a ver com gosto pessoal! Hahaha! Mas eu sempre fui um grande fã do Coldplay. Eu não faço a coisa americana de dizer a um artista que sou seu fã, mas com Chris, eu fiz! Em muitas ocasiões, eu o contei sobre como suas canções importam para mim. Eu percebo que ele sempre entende isso, mas eu tenho que lhe falar que sua música está comigo desde o primeiro álbum.

Quando chegou em Magic, não foi tão difícil ver a ligação entre o título e o clipe. Mas como surgiu todo o conceito?
Bem, quando começamos a falar sobre nossas ideias, foi mais sobre criar personagens para uma história de amor. E então, devagarzinho, ele se tornou um mágico, e depois um circo, e claro, por se tratar de “Magic”, colocamos um pouco de mágica. Acho que a ideia estava meio na ponta da língua para uma música com tal nome, mas ok. Videoclipes podem ser bastante a ver com sua letra, título, etc.
Nós conversamos muito sobre a história e percebemos que tinha que ter um toque vintage, e aquela coisa de morar em barracas. Tivemos um designer que eu adoro trabalhar chamado Greg Lauren e então pensamos que Greg podia fazer as roupas, para parecer vintage e meio circense e ter essa história de amor por dentro desse visual.

Sempre foi preto e branco?
Sempre achamos que ficaria melhor em PB, mas pra ser honesto, as primeiras edições foram à cores. Então, no último minuto, Chris e eu ficamos “Ah, preto e branco fica realmente lindo, e faz parecer clássico e velho”. Então acabamos fazer isso.

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Como vocês decidiram ter Ziyi Zhang como assistente do mágico?
Bem, nós fizemos o casting em tudo quanto é canto, e eu estava em Paris jantando com Ziyi Zhang, porque ela é uma velha amiga minha: fiz um filme com ela há alguns anos. Ao fim do jantar, a coisa veio de supetão e eu falei, “Você não é muito fã de Coldplay, não?” e ela ficou meio “Eu amo Coldplay! Eu faria qualquer coisa por eles!” e o timing foi perfeito. Ela estava indo ao Canadá para um trabalho e não foi difícil ela fazer uma escala em Los Angeles para o dia da gravação. E claro, foi fantástico ter ela lá.

Para escolher a atriz você deu o melhor de si. Mas você teve que contar com Chris sendo um bom ator. Foi meio arriscado?
Bem, eu tive a sensação de que Chris poderia puxar qualquer coisa que ele queria que saísse [da cartola]! Não quero falar nada mal dele, mas ele foi muito negativo. “Eu não sou um ator, eu não sou um ator”. E eu disse “Sim, você é! Você está vestido à caráter na frente de uma câmera, interpretando um personagem, então você é um ator!”.

E ele teve que assumir os dois protagonistas.
Sim. Nós poderíamos ter discutido isso para sempre, mas eu continuo dizendo para ele que ele é um bom ator. Ele realmente levou tudo a sério. E nós todos também. Por conta da longa reviravolta ao redor da maquiagem de Chris, nós gravamos primeiro um personagem sobre o ombro de dois, e gravamos do outro jeito no dia seguinte. E é difícil para qualquer ator. Não é uma coisa fácil. Mas ele fez isso brilhantemente. E quando se junta ele com uma atriz do porte de Ziyi, que podem atuar sem usar vozes, com seu rosto, posso ver que é muito corajoso de sua parte.

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A parte do lançamento das facas foi de verdade?
Bem.. Eu não posso revelar o truque! Mas nós não usamos nenhum efeito especial [será?]. Tivemos um mágico em conjunto que nos ajudou com truques de ilusionismo. Assim, todos os truques que você vê foram feitos de uma maneira real. Não é trapaça. Bem, exceto a parte no final em que Chris levita.

Então quer dizer que Chris não voou pelo céu?
Ele voou – mas em cordas!

Tudo ocorreu bem durante as filmagens?
Sim. Nenhum problema. Estávamos muito bem preparados.

A parte do lançamento das facas foi de verdade?
Bem.. Eu não posso revelar o truque! Mas nós não usamos nenhum efeito especial [será?]. Tivemos um mágico em conjunto que nos ajudou com truques de ilusionismo. Assim, todos os truques que você vê foram feitos de uma maneira real. Não é trapaça. Bem, exceto a parte no final em que Chris levita.

Você ficou satisfeito com o resultado final?
Sim, foi muito bom. Eu faço cerca de 30 projetos em um ano, mas trabalhar com Chris e fazer uma história como essa é fantástico. Eu adoro a música e acho que Chris é um grande cara. Estou muito orgulhoso desse videoclipe.

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