COLDPLAY BRASiL

Esta edição da coluna tem ainda mais dicas e ainda mais mistura do que a primeira, publicada no mês passado.

Você certamente já ouviu falar no disco A Mulher do Fim do Mundo, de Elza Soares, nem que só tenha passado o olho pelo título dele em algum lugar, por aí, na internet. Comigo, ao menos, foi assim: vi várias matérias e críticas favoráveis ao álbum, inclusive da mídia internacional, mas levei quase três anos para ouvi-lo. E não sei porque não fiz isso antes.

No álbum, o primeiro de inéditas da carreira de Elza, e que foi financiado com recursos do projeto Natura Musical, a cantora vaga por gêneros como o rock, o samba, o rap e a eletrônica. Aos 80 anos, a voz do milênio (título recebido pela rádio BBC de Londres em 1999) canta sobre temas que a viveu na pele: violência doméstica, o sofrimento urbano e a negritude, além de abordar também questões como a transsexualidade.

Elza foi casada por 16 anos com o ex-jogador de futebol Garrincha que, mais próximo do fim do relacionamento, começou a demonstrar um comportamento agressivo devido ao álcool, agredindo a cantora diversas vezes e, em uma das ocasiões, até quebrando seus dentes. “Maria da Vila Matilde (Porque Se a da Penha é Brava, Imagine a da Vila Matilde)”, uma das canções mais significativas do disco, conta uma história parecida. Se na época das agressões ela sofreu calada, dessa vez a personagem agredida faz diferente e decide se impor. “Cadê meu celular? / Eu vou ligar prum oito zero / Vou entregar teu nome / E explicar meu endereço / Aqui você não entra mais / Eu digo que não te conheço / E jogo água fervendo / Se você se aventurar”.

A Mulher do Fim do Mundo ganhou diversos prêmios e títulos, como o de Melhor Álbum, tanto pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, quanto pela revista Rolling Stone Brasil e no Prêmio da Música Brasileira. No GRAMMY Latino, ganhou o prêmio de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.

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