Um álbum pode mudar toda a história de uma banda

“Aquela banda tímida que se apresentava em teatros, usava preto e branco, que tinha um vocalista introspectivo, mudou totalmente”

4.jan.2018

Um álbum pode mudar toda a história de uma banda e Viva La Vida Or Death And All His Friends confirma isso.

O X&Y chegou em meados de 2005 e trouxe canções lembradas até hoje. “Fix You”, “Speed Of Sound”, “Talk”, “The Hardest Part” e “Low” são algumas delas, cujo álbum acabou sendo bem recebido pelos fãs, já que vendeu cerca de 10 milhões de copias e foi o álbum com maior número de vendas daquele ano.

Porém o que pegou foi a recepção ruim da crítica. Pior até do que foi esperado. Uns diziam que o ápice foi seu antecessor, o genial A Rush Of Blood To The Head e que era difícil o Coldplay fazer algo melhor. Outros diziam que era incrível mas não marcante. O que importa é que aquilo mexeu com os caras. E foi aí que tudo mudou pra eles.

O álbum começou a ser gravado em 2007 e teve ajuda dos produtores Rik Simpson, Jon Hopkins, Markus Driver e Brian Eno – este que ajudou em diversos álbuns do U2, tendo como destaque ter participado do The Joshua Tree em 1987.

Eno exigiu que a banda tivesse um som diferente a cada música e com isso, o Coldplay seria ousado e revolucionário como nunca havia sido na carreira. A data de lançamento atrasou diversas vezes, mas o resultado foi o que todos nós conhecemos.

Se fomos citar apenas os singles, já dá pra ver uma notória diferença na sonoridade da banda, que era o seu disco mais “feliz” até aquele momento. As belas “Strawberry Swing”, “Lovers In Japan”, “Life In Technicolor ii”, “Viva La Vida” e “Lost!” que tiveram seus clipes, mostram que aquela banda tão criticada por seu último trabalho voltava com tudo.

As diversas faixas desse álbum aparecerem em outras turnês mas só “Viva La Vida” se manteve e até com certa justiça. Dá para imaginar um show do Coldplay sem ela hoje? Não, não dá. Seria a mesma coisa se Michael Jackson tirasse “Thriller” de seu repertório ao vivo, ou seja, não faria sentido.

Foi com ela que Coldplay voltou a ser relevante, voltou a estar entre os maiores, mesmo que nunca tenha saído dali. Com este álbum foram 3 GRAMMYs. Não é pouca coisa se considerar que a banda tem 7 na sua prateleira.

Aquela banda tímida que se apresentava em teatros, usava preto e branco, que tinha um vocalista introspectivo, mudou totalmente. Passou a ter um vocalista que corre de um lado para o outro, figurinos ricos em detalhes — foi ali que Jonny começou a usar sua marca registrada, o boné —, instrumentos pintados a mão pelos próprios membros, bolas amarelas em “Yellow”, balões coloridos na plateia, Confetes em formato de borboleta…Se lembram de algo? Se você pensou na A Head Full Of Dreams Tour, saiba que tudo isso começou há 9 anos atrás, onde foi ali que o Coldplay ficou ainda maior do que já é.

O que veio após essa era, foram anos em que se tornaram extremamente relevantes e comerciais em vários termos, o que só reforça que existe um Coldplay antes e pós o álbum Viva La Vida Or Death And All His Friends. O auge da banda só começava ali, através de um álbum que podia ser o tudo ou nada. Acabou sendo o melhor álbum deles justamente por esses motivos. Não há exemplo melhor de que um trabalho bem feito pode mudar a história de uma banda e anos depois, Viva La Vida confirma isso com maestria. E quem aproveita isso, é os fãs. Bom, o resto é história e só daqui muitos anos, saberemos a real imensidão desse álbum, mas aos poucos vamos descobrindo o grandioso feito do Coldplay.

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