O ano absurdamente movimentado

Uma (nem tão) breve recapitulação de tudo o que aconteceu com o Coldplay durante o ano.

21.dez.2017

Fim de ano é hora de falar sobre esse 2017 que foi absurdamente movimentado para o Coldplay. Mesmo com turnê rolando, muita coisa aconteceu nos palcos e fora dela.

O ano começou como foi em 2016 com o lançamento de “Birds” mas agora com “Amazing Day”. A música lançada lá no Global Citizen em 2015 a princípio parecia sem graça, mas como as coisas mudam, deu pra ver que nos shows e no clipe, o quanto ela é bela e chega a mostrar como a natureza é linda.

Algo que o Coldplay acertou muito nesse ano foi os clipes. Praticamente todas as músicas lançadas por eles tiveram seus lyric videos, mas, fica claro que algumas delas tem alguma mensagem. “A L I E N S”, por exemplo, emociona por mostrar uma família alienígena sendo obrigada a fugir de seu planeta e vindo ao Planeta Terra, fazendo clara alusão a países como a Síria que vive em guerra civil.

Já em “Miracles (Someone Special)” não tem como negar que a canção é ótima e que há grandes referências aos imigrantes que fizeram a história dos Estados Unidos. Figuras importantes como Nelson Mandela, Mahatma Ghandi, Muhammad Ali, Amelia Earhart, entre outros. O diretor Ben Mor — que é o mesmo diretor de ‘’Hymn For The Weekend’’ — fez com que as fotos fossem animadas digitalmente e isso fez com que desse todo o ar inspirador que a letra da música tem. Não só isso mas também fica claro um posicionamento da banda contra o presidente Donald Trump, mesmo que indiretamente, mostrando que os Estados Unidos é muito mais do que a influência europeia. Talvez é o maior posicionamento político do Coldplay desde “Violet Hill” contra George W. Bush.

Ainda no início do ano, mais uma vez o Coldplay consegue lançar um hit mundial. Com The Chainsmokers, “Something Just Like This” já é hoje uma das mais escutadas da banda. Sua primeira apresentação ao vivo no BRIT Awards foi incrível, com Chris cantando atrás de uma espécie de lençol. Como Chris não é lá muito normal e sabemos disso, ele literalmente pulou na plateia em determinado momento! Como não gostar desse cara? (Vale lembrar que ele já fez isso em 2009 no Sound Relief, onde saiu correndo no meio da plateia, em “Fix You”. O próprio Chris afirmou que “botou-se em risco fazendo isso e que não deveria ter feito”).

Quem goste ou não de “Something Just Like This”, tem que se contentar já que ela virou hit e que deve continuar sendo tocada. Me surpreenderia muito se no futuro fosse tirada do setlist em turnês futuras.

É inegável o sucesso dela se analisarmos que a banda foi a mais escutada do Spotify em 2017 e que é a quarta mais escutada do aplicativo de streaming e é a mais escutada do Coldplay na plataforma de streaming. Graças a essa parceria com The Chainsmokers, são destaques em 10 das 23 listas da Billboard Year End Charts de 2017.

Do meio do ano pra frente tivemos o choque do ano pra todos fãs de Coldplay, de música e quem apenas curte música. Não podemos deixar de citar o quanto o mundo ficou chocado com aquele atentado terrorista no show da Ariana Grande, no fim de maio em Manchester. O One Love Manchester veio justamente pra tentar curar um pouco da enorme ferida que aquilo causou na vida de muitas pessoas e principalmente na vida de Ariana. Em uma das vigílias em homenagem aos mortos, “Don’t Look Back In Anger” do Oasis, foi cantada nas ruas de Manchester. Portanto ver na passarela a mesma música, Chris Martin, Ariana Grande e Jonny Buckland fazendo uma performance acústica, a plateia cantando a plenos pulmões, se emocionando com aquele momento e o flash dos celulares substituindo as Xylobands, fizeram um dos momentos mais bonitos de toda a história do Coldplay sem dúvida nenhuma.

Depois de fazer seu pequeno show, em mais um dos momentos lindos de se assistir foi a apresentação do Liam Gallhager, onde de novo Chris e Jonny apareceram para dar aquela força em “Live Forever”. Vale lembrar que Liam é nascido em Manchester e Chris é amigo de seu irmão Noel, cujo não se dão bem há anos. A performance acústica emocionou mais uma vez os presentes, que cantaram com o que restava de voz, naquela altura do campeonato. Se quem estava vendo pela TV, se emocionou e se emociona até hoje revendo, imagine quem estava por lá vivenciando tudo isso.

Junho veio e com ele trouxe o Kaleidoscope EP que é muito bem feito e trabalhado. Embora já tivéssemos conhecidos todas as faixas, queríamos ver todo o conjunto da obra e ela ficou linda. Algumas faixas poderiam ter sido usadas em algum momento da A Head Of Dreams Tour, já que era possível. “Miracles (Someone Special)” foi tocada uma vez apenas e em Milão e com certeza poderia ter uma vaguinha no setlist. O EP concorre ao GRAMMY de 2018 como Melhor Álbum Vocal de Pop, ao lado de grandes nomes como Imagine Dragons, Ed Sheeran, Kesha, Lana Del Rey e Lady Gaga. Se ganhar, a zebra está feita, mas é inegável que só do Kaleidoscope se encontrar concorrendo a um GRAMMY, já é um feito grandioso.

O ápice foi sem dúvida nenhuma o retorno da banda no Brasil um ano e meio após a turnê passar por aqui, o que é raro, já que a banda nunca veio duas vezes pra cá com a mesma turnê e isso causou um grande alvoroço nas redes sociais. O caminho foi árduo pra quem quis assistir a um show do Coldplay no Brasil novamente. A Eventim deu canseira em todo mundo que quis comprar um ingresso, devido a tamanha desorganização e quem conseguiu comprar ficou aliviado. Ao longo da A Head Full Of Dreams Tour, os shows foram se modificando em algumas questões de pirotecnia, de setlist… Sendo assim o espetáculo foi melhorado visualmente e quem esteve tanto na primeira, tanto na segunda passagem, notou isso. A adição de algumas músicas como a novíssima ‘’Life is Beautiful’’ agitaram muito a plateia em São Paulo e Porto Alegre.

Mas algo que deixou os fãs felizes foi Will Champion, cantar “In My Place” pela primeira vez em um show. Com sua voz suave, o baterista fez a plateia cantar junto e deixou todos (Inclusive este que vos escreve) eufóricos com sua performance, em um dos grandes momentos desse ano e de toda a era AHFOD. Paulistanos foi outra boa nova que fez o Coldplay conquistar o coração dos paulistas, assim como “Brasileiros” no Rio Grande do Sul. Como presente, os shows foram gravados e poderemos ter um Live 2017 no futuro. Talvez seja um pedido de desculpas por não terem passado com a Mylo Xyloto Tour na América Latina, vai saber. O fato mesmo é quem saiu de outras cidades, enfrentou dias e horas na fila, dormindo pouco, acabou por sair dos estádios extremamente satisfeitos, com muitos dizendo inclusive viver o melhor dia da vida delas.

O nosso vocalista, Chris Martin, é outro que não fez feio no ano e mostrou novamente o quanto se importa com a humanidade, se mostrando que é um ser humano iluminado. Um dos maiores exemplos disso e que deixou muita gente orgulhoso foi a visita junto de Will ao Instituto do Coração, o InCor. Os dois com um baita carisma e um coração gigante, divertiram as crianças com um pequeno show e emocionaram pela simplicidade e generosidade de conseguir um tempo pra isso justamente manhã do segundo show em São Paulo. Coisa que só os gigantes podem fazer e por onde o Chris passa, é incrível como nunca ninguém sai desapontado de um encontro com ele ou qualquer outro membro do Coldplay.

Outra coisa que movimentou o ano foram diversas indicações e prêmios ganhos pelo Coldplay. Ganhar como Melhor Banda de Rock rendeu até uma leve zoeira por parte da banda e duas premiações de Melhor Turnê sendo um desses do American Music Awards, o primeiro da banda.

Essas duas conquistas só fazem reiterar o quanto os shows d’A Head Full Of Dreams foram incríveis. Terceira maior turnê da história e a mais cara já feita pelo Coldplay. Os pontos positivos dela foram muitos, sendo muitos países que sequer receberam um show, muitas músicas tocadas que ficaram em outras eras, como “Trouble”. O ano acaba de forma boa pra eles e devemos ficar sem notícias por um tempo, porém, é inegável que o 2017 do Coldplay foi ótimo e entrou para a história.

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