COLDPLAY BRASiL

Em 2005, Paulo ouvia os sinais com “Speed of Sound”

O Coldplay Brasil acompanha o que acontece com a banda há oito anos. Evidente que boa parte desta trajetória não foi acompanhada por aqui. Para comemorar os 15 anos do lançamento de X&Y, terceiro álbum do Coldplay, o Coldplay Brasil conta as histórias de quem viveu de perto este momento divisor de águas na carreira da banda, em uma série de três reportagens especiais.

Toda a paixão de Paulo Matheus com o Coldplay começou com um som, que não foi necessariamente de uma música da banda. Mas como? Com uma chamada jornalística: naquela noite de um domingo em 2005, o Fantástico, da TV Globo, anunciava o lançamento exclusivo do clipe de “Speed of Sound” no final do programa. A chamada logo fez Paulo ficar atento e parar o que estava fazendo para ouvir o trecho que convidava os telespectadores a assistirem, a ficarem atentos – a ouvirem.

E Paulo esperou todo o programa até aquele momento. Mas quando então veio o clipe, foi um impacto. “A espera valeu a pena”, diz. Logo passava o clipe com a banda em um galpão que coloria todo o espaço com as luzes de led no ritmo da música. E o cearense assistia com atenção. Há 15 anos, aquele momento vem o acompanhando desde então.

“Gostei tanto do clipe que procurei buscar informações sobre aquela banda. Foi aí que eu descobri quem era o Coldplay, que já existiam dois CDs lançados e que aquela música fazia parte do terceiro CD recém-lançado”, relembra. Com a omissão tecnológica ocasionada por não ter um bom computador, foi o rádio que o acompanhou na jornada do “quem são eles e o que eles representam?”. Lá ouvia as músicas da banda e assim conheceu um pouco a resposta para a sua pergunta.

Graças à banda me tornei mais humano

E novamente veio outro som. Paulo saíra para jantar em um restaurante local, quando ouviu uma música ambiente. Não lhe era estranho e parecia conhecer a sonoridade há tempos, como se conhece um amigo de infância – mesmo afastados, ainda há um envolvimento que os conecta. “O dono do restaurante era fã do Coldplay. Só botava para tocar várias músicas dos CDs”. Foi com os embalos de “Clocks”, a calmaria de “Don’t Panic” e a melancolia de “In My Place” que Paulo teve sua adolescência novamente marcada pela banda.

Paulo exibe a Xyloband acesa em seu pulso durante um show do Coldplay no Brasil, pela turnê de A Head Full of Dreams

Abra meus olhos

Alguns anos depois, mais dois eventos passariam pela vida de Paulo: em 2008, a turnê de Viva La Vida e o Rock in Rio, em 2011. Durante os shows de divulgação do quarto álbum de estúdio do Coldplay, Paulo conseguiu acompanhar entrevistas e outras notícias. E para o festival, se mobilizou para finalmente conhecer a banda – no entanto, sem sucesso.

Mas 2016 e 2017 compensariam a espera. Nos dois shows da banda com a era A Head Full of Dreams, Paulo acompanhou de perto o Coldplay. O sonho se tornava realidade e trazia consigo amigos de outros estados e uma nova paixão – pela própria vida.

“Graças a banda me tornei mais humano, mas parceiro dos amigos e com muito mais objetivos de vida”, conta ao Coldplay Brasil. Para ele, cada fase da banda traz uma nova reflexão sobre “aqueles sons que impactaram minha vida”.

Todas as músicas trazem uma paz de espírito diferente, incluindo conflitos internos com os nossos sentimentos

Todos aqueles sinais

Pode ser por pura ironia do destino que ele tenha se apaixonado pelo Coldplay enquanto era do X&Y – álbum que traz referências futurísticas sob fortes guitarras e questionamentos pessoais sobre amor, vida e incertezas do futuro à frente.

Mas com isso, qualquer outra situação que Paulo viveu ou viverá relacionada à banda só foi possível devido aquele som em 2005. “Todas as músicas do Coldplay trazem uma mensagem importante, mesmo que você não consiga traduzir a letra, pois a melodia também tem um grande impacto em nosso coração”, reflete.

Com uma música que fala sobre sinais – “cada chance que você ganha é uma chance que você aproveita” –, Paulo aproveitou a oportunidade, se apaixonou e ouviu os sinais. No fundo, sabia o que significavam e, como não pode inventá-los, bastou recebê-los de braços abertos.

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