Às vezes eu paro para pensar o que seria de mim se o Coldplay não tivesse invadido minha vida. Algumas vezes eu obtenho um resultado e outras, uma mensagem de erro aparece no meu cérebro.
Pensar nisso é como dar uma surra em seus sentimentos, porque a banda faz tão bem e já proporcionou momentos tão incríveis que tudo o que você tem é agradecer a eles. Mas eu penso justamente por causa disso. Se eu não fosse fã de Coldplay, quanta coisa que poderia não ter acontecido… Não teria conhecido amigos que levarei para toda a vida nem uma pessoa tão especial pra mim, uma parte de mim ainda estaria incompleta e esperando por algo que começasse a girar a engrenagem que faz dar sentido à vida – e eu achei isso nas canções deles. Não haveria (este) Coldplay Brasil, e eu não teria tido a oportunidade de ver como Chris, Jonny, Guy, Will (e Phil) são pessoas incríveis.
Hoje, assistindo ao Live 2012, um filme se passava em minha cabeça a cada canção. Não sou mais aquele menino de 14 anos que implorou para a mãe o DVD recém lançado, e que se encantava com as imagens e as músicas, mas eu senti tudo de novo. Aquele sentimento tão de se sentir completo. De, aquilo ali, fazer tão bem. Algo que eu não sentia com qualquer outra música que já tinha ouvido em toda a minha vida. Enquanto eu assistia me lembrava detalhadamente daquele menino de 14 anos, que ficava maravilhado com tudo o que via e ficava com os olhos cheios de lágrimas e que precisava de uma música deles para se sentir aconchegado e deixar as preocupações e medos longe.
Como o próprio Chris diz no Live, ele adoraria, daqui uns 20 anos, poder olhar para trás e ver que ali tudo começou a ficar melhor. E comigo seria a mesma coisa. Se, em 2036, eu puder me lembrar do que vivi naquela época e como minha vida melhorou desde o momento em que eu pluguei o fone no meu celular e coloquei Coldplay para tocar pela primeira vez, vai ser extremamente emocionante. À essa altura, eu já serei um cara com quase 40 anos nas costas, talvez sem cabelo, com algumas crianças ao redor… Mas enquanto esse dia não chega, eu tento ao máximo aproveitar todos os momentos como se fossem os últimos. Não do mesmo jeito que aproveitava quando tudo começou para mim, até porque, à medida que vamos envelhecendo, prioridades vão surgindo e esses momentos em que podemos colocar o fone no ouvido, ouvir alguma música que amamos e esquecer o mundo vão se tornando cada vez menos frequentes.
Não é qualquer artista que tem esse poder de entrar em nossas vidas e deixar uma marca tão grande. Muitos deles, quando você ouve alguma música, sente que falta algo que a torne marcante e incrível, mas com Coldplay é tudo tão diferente. Tem uma magia por trás da música. E por mais que haja uma que a gente não goste (muitas vezes, por não ouvi-la profundamente e sentir a mensagem que ela quer passar), ela vai ficar marcada em algum momento de sua vida. Isso é fato. Há aquelas que você ama e quer que se tornem hino de tudo que aconteça de bom com você, mas alguma hora uma intrusa chega e você fica “Opa, onde ela estava esse tempo todo?”.
A questão é que todos nós, eu, você que está lendo, as pessoas mais próximas de você, tivemos uma grande mudança em nossas vidas, por causa do Coldplay. Inúmeras vezes eu já ouvi de algumas pessoas comentários do tipo “É só música”, ou “Bobagem!”. Mas será que não é disso que elas estão precisando? Será que elas não estão se sentindo incompletas, inseguras, com medo?
Por isso, agradeça pela música ter entrado em sua vida e ter feito seu trabalho de mudar tudo. E faça isso com as outras pessoas. Mostre para elas e as questione: “você já presenciou o poder que a música tem de mudar a sua vida?”