Críticos da Billboard elegem as dez melhores músicas do Coldplay

A revista reuniu as melhores canções dos seis álbuns anteriores a A Head Full Of Dreams, lançado ano passado.

16.out.2016

A revista Billboard reuniu, em uma matéria em seu site, as 10 melhores canções do Coldplay, segundo a opinião de seus críticos. Justificando que as canções de A Head Full Of Dreams, último disco da banda, ainda estão sendo “digeridas”, por conta de sua pouca idade, eles escolheram apenas canções dos primeiros seis álbuns. Incluindo não apenas sucessos, mas também alguns tesouros escondidos, os críticos trazem avaliações extremamente pessoais e sentimentais das músicas, fazendo com que o leitor as veja como o próprio Coldplay sempre tenta transmitir: pelo lado bom das coisas.

O texto a seguir é de William Goodman, da Billboard, e foi retirado da matéria Coldplay’s Top 10 Greatest Songs: Critic’s Picks, publicada no dia 15 de outubro de 2016.


10. We Never Change

Coldplay evoluiu muito ao longo dos últimos 16 anos e sete álbuns lançados, que é quase difícil de reconhecer que eles são os quatro caras por trás de Parachutes. Naquela época, eles usavam calças largas de cordão e botas Clarks Chukka, não camisetas de neon cobertas de grafite. Mas é o álbum que começou tudo isso, ganhando o GRAMMY de Melhor Álbum de Música Alternativa e o BRIT Award de Melhor Álbum Britânico. Yellow, é claro, era o megahit que as pessoas cantavam junto, mas o disco está repleto de pedras preciosas. We Never Change é uma delas. “Eu quero viver a vida e ser sempre verdadeiro/Eu quero viver a vida e ser bom pra você”, confessa Martin. “Eu quero viver a vida e ter amigos ao meu redor”. Eles são sentimento simples que apelam para, talvez, todo mundo, e a guitarra crescente entregam as ondas no seu peito.

9. Hurts Like Heaven

Para o Mylo Xyloto, de 2011, Coldplay entrou nos elementos visuais e no enredo do álbum. É um drama orwelliano sobre um governo autoritário que destrói som e cor – e a história de amor de dois dissidentes que querem mudar o mundo. Os aspectos visuais, da capa até a produção da turnê, são inspirados no grafite e telas de neon de arregalar os olhos. Musicalmente, explora o pop, o R&B, e a eletrônica, e ainda inclui até uma participação de Rihanna. Mas o destaque é esta faixa agitada, no qual, diz Martin, foi escrita quase que completamente pelo guitarrista Jonny Buckland. Após a introdução da faixa título de 43 segundos, com xilofones cintilantes, Hurts Like Heaven explode como um céu de 4 de julho, onde Buckland naturalmente proveu texturas e camadas sutis. Aqui, ele é um deus da guitarra, tocando seu riff de forma fluida ao longo do canto e da batida propulsiva de Martin. Obrigado por esta, Jonny.

8. Speed Of Sound

Assim como Clocks antes desta, essa música é o auge do meio da carreira do Coldplay. É construída com base em outro riff de piano viciante e em looping, suas baterias condutoras, ondas de guitarra e sintetizadores crescentes até atingir um pico que faz o ouvinte sentir como se estivesse voando, bem, na velocidade do som. Foi o carro-chefe de seu terceiro álbum, X&Y, de 2005, e sua canção de maior sucesso até a data, debutando na 8ª posição na parada da Billboard Hot 100, o primeiro Top 10 da banda nos Estados Unidos.

7. In My Place

É uma canção que é marca registrada do Coldplay, e é tanto grandiosa e arrebatadora, quanto enganosamente simples e compreendida universalmente. Há o atmosférico riff de guitarra de três notas, a batida de bateria certeira e que preenche arenas, e as introspectivas letras de Martin sobre sua sorte na vida, expectativas e realidades na jugular de cada um: “Em meu lugar, em meu lugar/Havia linhas que eu não poderia mudar/Eu estava perdido, eu estava perdido/Ultrapassei linhas que eu não deveria”. E claro, vem o refrão memorável: “Yeahhhhhhhhhhhhhh, por quanto tempo você deve esperar por isso?”. O single de A Rush Of Blood To The Head ganhou Melhor Performance com Vocal de Rock por Duo ou Grupo nos 45º GRAMMY Awards e se tornou favorita dos fãs e um clássico ao vivo.

6. The Scientist

“Ninguém disse que seria fácil/Ninguém disse que seria tão difícil”. No segundo single de A Rush Of Blood To The Head, Martin toca a nós todos na que, talvez, seja a mais tocante balada do Coldplay. Ela começa um solo de Martin no piano, falando sobre as complicações do amor: “Vim para te encontrar/Dizer que peço desculpas/Você não sabe o quão adorável você é”. O amor, ele sugere, que será sempre inexplicável por razão e lógica: “Ciência e progresso”, ele canta, “não falam mais alto que meu coração”. A banda entra para levar a canção cada vez mais alto, enquanto o falsete de Martin canta para os céus.

5. A Sky Full Of Stars

Sentimentos evocativos e universais do amor e liberdade permeiam na maioria das músicas do Coldplay, mas a banda já experimentou muito com a bagagem de cada álbum. Nesta faixa do seu lançamento de 2014, Ghost Stories, Coldplay está no modo Ibiza total – as batidas de EDM e os drops dramáticos são como um chuveiro de dopamina na pista de dança. Coescrita e coproduzida com a estrela do EDM Avicii, A Sky Full Of Stars é a primeira música dance/EDM da banda, e eles absolutamente arrasaram.

4. Viva La Vida

Coldplay apenas sabe o seu caminho ao redor de uma melodia memorável e emocionalmente em movimento. Aqui, a banda abandona as ferramentas usadas para construir seu império musical – dedilhados acústicos, cintilados elétricos – para uma grande orquestra, e tambores efervescentes. Como faixa título e single de seu quarto álbum, Viva La Vida Or Death And All His Friends – intitulado após uma frase espanhola que significa “viva a vida” e incluindo uma capa que é uma obra de uma batalha da Revolução Francesa -, de 2008, a canção soa como se Coldplay estivesse à frente da Orquestra de Paris lá por 1789. Ela tem aquele sentimento de “maior que a vida”, reforçada pelas letras de Martin sobre mercenários lutando em campos desconhecidos, Cavalaria Romana e comandar o mundo. É aprovada por Napoleão, com certeza. Viva também começou as venturas da banda de álbuns serem projetos artísticos – as artes, a música e a apresentação no palco (a banda vestiu uniformes militares retrôs com braceletes coloridos) apresentaram um trabalho coeso com temas como libertação, amor, guerra e liberdade, e Viva La Vida é sua peça central. Funcionou: o álbum, produzido por Brian Eno, debutou na 1ª posição em 36 países, se tornou o mais vendido do ano e ganhou o GRAMMY de Melhor Álbum de Rock.

3. Sparks

É uma faixa acusticamente dirigida e nostálgica de seu primeiro álbum, em 2000, que acende as faíscas nos corações dos ouvintes. A gentil e bamboleante melodia do baixo de Guy Berryman, com o dedilhado acústico de Martin como pano de fundo sobre o qual Jonny Buckland adiciona cintilantes notas elétricas de guitarra, que soam como sinos tocando no éter. Essa ganha nosso voto para canção mais linda do Coldplay. É uma canção de ninar de amor que captura o que a banda faz de melhor: comover corações.

2. Green Eyes

Não importa a cor dos olhos de sua namorada, coloque essa música para uma sessão de amassos que vai fazer seus corações transformarem-se em fondue. “Querida, você é a pedra, na qual eu me sustento/Eu vim aqui para falar, eu espero que você entenda”. Ah, Chris, você é tão direto e assumidamente sentimental – e nós te amamos por isso. Essa cantiga acústica de seu segundo álbum, A Rush Of Blood To The Head, de 2002, é o epítome dos primórdios do Coldplay com seu começo acústico e de crescendos da banda toda. Qualquer um que tentar negar essa música é, nas próprias palavras de Martin, fora de si.

1. Clocks

Esta é a canção que empurrou Coldplay a um novo território, artisticamente e comercialmente. Antes, eles apostaram seu sucesso em uma canção afetuosa, acústica, com guitarras cintilantes, porém sobressalentes, tudo isso fortemente endividou-se com o Britpop dos anos 90. Mas várias canções em seu segundo lançamento, A Rush Of Blood To The Head, começam a colorir fora daquelas linhas. Clocks baseia-se nua melodia de piano earworm [canção ou melodia cativante que é executada continuamente na mente de uma pessoa], merecida de ser assoviada por aí – que foi sampleada inúmeras vezes desde então – e que traz um carregamento de baixo enquanto ela constrói e constrói até um ápice de melodias vocais e Martin repetindo “Casa, casa, para onde eu queria ir”, outro sentimento universal.

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