A música do Coldplay une as pessoas em todo o mundo, diz Al Kinley, da Oxfam

Membro da organização não-governamental acredita que o movimento de fãs pode se aproveitado como uma plataforma de ativismo

30.abr.2013

Nota da equipe

30.jan.2020

A entrevista a seguir foi realizada em abril de 2013, poucas semanas após o lançamento do clipe de uma versão acústica de “In My Place”. O projeto do vídeo, feito com colaborações dos fãs, foi conduzido pela Oxfam, organização não-governamental que atua em mais de 90 países na busca de soluções para a pobreza, a desigualdade e a injustiça.

Em um relatório divulgado no último dia 20 de janeiro, na abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a ONG alertou para o crescimento da desigualdade social no mundo. O levantamento afirma que os bilionários do mundo, 2.153 pessoas, tem mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas. Se o 1% dos mais rico do mundo pagasse uma taxa de 0,5% sobre sua fortuna, nos próximos 10 anos seria possível criar 117 milhões de empregos em áreas como a educação, a saúde e de cuidado para idosos.

Na época da publicação da entrevista, a equipe — ainda sem noção de alguns conceitos do jornalismo — não se preocupou em redigir uma introdução para ela, publicando apenas as perguntas e as respostas de Al Kinley. Fica, aqui, a correção.


Eu aposto que escolher as mídias para o vídeo foi um trabalho difícil. Vocês tem uma ideia de quanto receberam? Nós recebemos 7 mil vídeos e fotos – cerca de mil vídeos e 6 mil fotos. Escolher cada um para incluir no vídeo foi muito difícil.

Somente as melhores fotos e vídeos foram escolhidos e outros não. Vocês pensam em fazer outro vídeo com o que não foi usado? Eu não diria que escolhemos “o melhor” (tivemos que deixar de fora lotes de conteúdo) mas nós escolhemos as fotos e vídeos que nós pensamos que seria melhor para falar sobre grilagem de terras (#StopLandGrabs) e mostrar para as pessoas de todo o mundo que elas realmente querem isso. A equipe do filme realmente agonizou sobre o que colocar dentro da edição de imagens de crowdsourcing que é uma verdadeira arte, e às vezes a escolha de imagens pulou para o lado de quanto a imagem tem algo a ver com o assunto. Por exemplo, encontrar lotes de filmagem onde a dublagem foi conectada foi realmente muito difícil. Há um outro vídeo para agradecer e para mostrar algumas fotos e vídeos que não foram incluídas.

Receberam muitas coisas do Brasil? Sim! Cerca de 10% de nossos material, na verdade.

Quem teve a ideia de fazer o filme? A ideia surgiu através da Esme, que gerencia o projeto da Oxfam em parceria com o Coldplay (oxfamontour.org). Ela estava tão inspirada por todos os vídeos criativos que os fãs fazem e mandam pra gente, e a ideia veio de um fã de Coldplay para um vídeo de crowdsourcing (ao pé da letra, traduzindo, é “com a ajuda do povo”). Ela sugeriu a ideia para o seu amigo Mat Whitecross, que dirige muitos videoclipes do Coldplay. Ele adorou a ideia, e ele é um defensor da Oxfam (oxfamontour.org/coldplay/interview-mat-whitcross-part-1), assim que lançou que lançou a ideia para a Team Coldplay. Mat então veio com o briefing criativo para os fãs fazerem as coisas “fora do lugar”.

E qual o objetivo dele? Mostrar ao Mundial Bank que as pessoas de todo o mundo querem parar com a grilagem de terras. E funcionou: blogs.oxfam.org/en/blogs/13-04-24-how-your-campaigning-helping-end-land-grabs

Eu vi em um monte de sites notícias sobre o clipe. Com isso, aposto que ele teve uma boa repercussão. Teve? Sim! Estamos muito satisfeitos com a forma de como os fãs, sites e agências de notícias compartilharam a história. Fomos destaque no The Independent, NME, Photography Monthly, PSFK – muitos lugares que admiramos. Mas devemos muito da publicidade que temos, para os fãs de Coldplay e simpatizantes da Oxfam.

Por que vocês escolheram a versão acústica de “In My Place”? A Team Coldplay sugeriu a ideia, que é de uma performance que foi gravada nos estúdios da Absolute Radio, em 2002. Nós amamos-a pois é um “dom” exclusivo para nós e os fãs para este projeto especial, e tem uma verdadeira ressonância emocional stripped-back que se encaixa com a mensagem sincera do vídeo. Faixas acústicas muitas vezes nos fazem sentir algumas coisas, e que foi a atmosfera que queríamos criar com esta petição visual dos fãs e simpatizantes.

Alguma foto ou vídeo impressionou vocês? Centenas. Tivemos um momento bastante difícil decidir o que incluir no vídeo, de modo que seria impossível escolher um favorito!

Vocês acham, que de alguma forma, as músicas do Coldplay podem mudar o mundo? Nós achamos que as pessoas podem mudar o mundo (e essa campanha é uma prova disso) e fomos extremamente sortudos de ser capaz de tocar na paixão e a energia que as músicas do Coldplay inspiram nas pessoas. A música do Coldplay une as pessoas em todo o mundo, e quando esse movimento global de fãs pode ser aproveitada para criar uma mudança social, há muito que podemos alcançar como ativistas!

Na imagem do cabeçalho, uma das fotos enviadas para o projeto do clipe alternativo de “In My Place” (Foto: Oxfam/Reprodução)

Comentários

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  1. Giselle Bastos

    30.abr.2013, 17:05

    “A música do Coldplay une as pessoas em todo o mundo” Que lindo, awn, chorando :’) Parabéns pela entrevista

    • Marcelo Monteiro

      30.abr.2013, 17:07

      Obrigadom, moça!

  2. Pink Gloss .

    30.abr.2013, 17:36

    Este comentário foi removido pelo autor.

  3. Gilvan Gomes

    1.maio.2013, 17:30

    Ótima entrevista, Marcelo!
    Eu e minha amiga Gabriela Chiarello enviamos muito material para eles, e um vídeo que gravei dela é o que aparece no canto superior direito nos 01:51, em que ela abre o cartaz (que aliás chamou muuuito a atenção da galera que estava no local).
    Fizemos esta compilação com o nosso material (e foi daí que eles tiraram o trecho): https://vimeo.com/60607733 🙂
    Sabe quais outros vídeos/fotos da versão final são do Brasil?

    • Marcelo Monteiro

      1.maio.2013, 17:32

      Não sei não Gilvan, isso eles não comentaram nos e-mails. Que legal, parabéns!

    • Gilvan Gomes

      1.maio.2013, 17:36

      Vlw! 🙂

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